28 junho, 2006













A vida é mais visível no teatro

A prática teatral é fundamental para a formação do indivíduo, pela riqueza pluridisciplinar que encerra. As vivências, o desafio, a experimentação são os instrumentos para o conhecimento dos outros e, através deles, de nós próprios. Numa sociedade consumista e extremamente individualista corremos o perigo de nos tornarmos indivíduos sem vontade própria nem espírito crítico, movidos por estímulos e realidades virtuais. A nossa identidade depende da capacidade de comunicação como um elo que nos mantém vivos e interactivos. Por isso, o jogo e as técnicas teatrais podem surgir como um recurso inesgotável de uma aprendizagem viva e funcional e contribuir para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo como ser social e cooperante.
É nesta perspectiva que se impõe um maior investimento na formação artística nas nossas escolas de forma a enriquecer conhecimentos num espaço de experimentação e inovação que é, por exemplo, o Teatro.
A Escola não pode dissociar o conhecimento científico da criatividade e da imaginação não é isso que interessa à formação para uma sociedade futura. Não se deve marginalizar as expressões artísticas dum conceito global de Escola, nem ter uma visão maniqueísta de que elas poderão servir para «descongestionar» do trabalho fastidioso a que as áreas científicas por vezes obrigam. Hoje é um dado adquirido que as actividades dramáticas estimulam o pensar e o agir criativamente. No limiar deste século sociólogos, psicólogos, pedagogos, professores e artistas não serão demais para reflectir modelos de um sistema de ensino que esteja em sintonia com a nossa realidade social e a nossa dinâmica.
A Expressão Dramática e o Teatro no ensino contribuem para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens, fomentam a autonomia e autoconfiança, despertam o sentido crítico, educam para os valores estéticos e artísticos e desenvolvem atitudes e comportamentos baseados na entreajuda, espírito de grupo e respeito pela diferença, tão necessários ao exercício da cidadania.
É importante que os responsáveis pelas reformas do ensino estejam conscientes desta realidade e encarem a Expressão Dramática e o Teatro enquanto actividades lúdicas, artísticas e pedagógicas, como fontes potenciadoras das capacidades criativas.
Quem não se questiona não evolui. O saber não tem fronteiras e o Teatro é o espaço privilegiado para alicerçar a escola da vida porque a vida é mais visível no Teatro.
Parafraseando o encenador inglês Peter Brook “...o Teatro é a vida sob uma forma mais concentrada, mais breve, condensada no tempo e no espaço…

DV

21 junho, 2006




Teatro
espaço, matéria humana e conflito...

DV

20 junho, 2006


















Duarte Victor
Actor
Encenador
Professor

Nascido em Ílhavo a 20 de Fevereiro de 1959, é em Setúbal que realiza os seus estudos no liceu e inicia a sua actividade profissional como actor no Teatro Animação de Setúbal, companhia onde ainda hoje se mantém. Desde 1976 participou como actor em cerca de 60 peças de teatro e encenou a partir de 1983 até ao presente ano 20 espectáculos teatrais. Em 1985 é dirigido por Amélia Rey Colaço na peça ”D. Sebastião” de José Régio para a última produção da Companhia Robles Monteiro Colaço. Para a televisão participou como actor, desde 1976, em vários telefilmes, peças de teatro, telenovelas e sitcom (“O meu caso”, “Filomena Marturano”, “O gato”, “Palavras Cruzadas”, “Chuva na areia”, “Passarelle”, “Barba e Cabelo”, “Marina Dona Revista”, “Cuidado com o Fantasma”,”Era uma vez”, “Um sarilho chamado Marina”, “Bora lá Marina”, “Camilo e Sarilhos”, “Morangos com Açúcar”, “Max”, “Malucos do Riso”, “Dei-te Quase Tudo”etc). No que se refere à formação profissional, frequentou vários cursos e estágios de Interpretação, Encenação, Movimento e Drama, Voz, Estética Teatral, etc. com vários mestres dos quais se salientam: Augusto Boal, Luis de Lima, Eva Winkler, Águeda Sena, Bettina Jonic, Orlando Vitorino, etc. Inicia a sua actividade como professor de Teatro e Expressão Dramática em 1982 na Escola Secundária da Amora, Seixal. Desde então tem mantido essa actividade em várias escolas e academias promovendo e participando em várias acções de formação, cursos, seminários e encontros para o Instituto da Juventude, Centro Nacional de Cultura, INATEL e Câmaras Municipais. Em 1994 é diplomado pelo curso de especialização em Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1995 é galardoado com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal na área da cultura. Em 1997 o Conselho Científico-Pedagógico da Formação Continua atribui-lhe o Estatuto de Formador no domínio da Expressão Dramática com aplicação a Professores dos Ensinos Pré-escolar, Básico e Secundário. A Partir de 1998 realiza as acções de formação, “Ora vamos lá imaginar” , “Ora vamos lá dramatizar” e “Ora vamos lá comunicar” no Centro de Formação S. Sebastião em Setúbal e Centro de Formação Concelhio de Alcácer Sal. Em 2001 é eleito Director do T.A.S. – Teatro Animação de Setúbal, cargo que exerceu até Setembro de 2005. Leccionou entre 2002 e 2005 na Escola Superior de Educação de Setúbal, pertencendo ao Departamento de Comunicação da referida escola.