17 maio, 2007


















Ensaios de Tartufo pelo TAS em 1976

O Tartufo de Moliére

Os impostores são iguais em todo o mundo. Como um virus instalam-se e contaminam a sociedade.
O Tartufo voltou aos palcos pelas mãos do mestre João Mota, justamente para nos lembrar tal praga.
Já muito se falou sobre esta e outras obras geniais de Jean-Baptiste Poquelin (Moliére). Mas a propósito deste espectáculo que marca o 35º aniversário da Comuna, refiro a oportunidade da sua reposição no país onde, parafraseando o encenador, o 25 de Abril permitiu o aparecimento de tartufos a todos os níveis: social, económico e político.
Estejamos atentos...

DV

Sire

Sendo o dever da comédia criticar o homem divertindo-o, achei por bem que, na profissão que exerço, só o poder fazer atacando com quadros ridículos os vícios do nosso tempo tais como a hipocrisia, que, sem dúvida, é um dos mais em voga, dos mais incómodos e mais perigosos. Tive pois, Sire, a ideia de prestar bom serviço a todos os homens bons e gentes do vosso reino, escrevendo uma comédia que descrevesse os hipócritas e, pondo a nu como se deve, todas as artimanhas bem estudadas por essas pessoas, dignas de desprezo, e todas as velhacarias desses falsários devotos que querem enganar toda a gente com um falso zelo e uma caridade artificial...


Moliére, Primeira petição, em Agosto de 1664, a Luís XIV para a representação de Tartuffe