08 abril, 2013

A visão fracionada e especializada do mundo é resultado duma sociedade em que os valores e as emoções não podem interferir no processo de produção. O indivíduo passa a ter uma visão parcial do mundo e portanto uma visão parcial de si mesmo.
A escola tem dificuldade em contrariar esta realidade, os saberes científicos dominam as matérias escolares, separa-se a razão dos sentimentos e das emoções e a sua valorização tradicional na escola levantam algumas questões de carácter pedagógico e formativo que me preocupam como formador e como artista. Na verdade, não há saberes mais ou menos importantes.
A escola, enquanto espaço de socialização estrutural, deve valorizar as artes e conciliar os saberes escolares com as vivências e os afetos, tão importantes para a construção do homem novo.
Podemos imaginar uma escola de cumplicidade, experimentação, desafio e reflexão que desperte o sentido crítico e torne os jovens mais autónomos e intervenientes.
É preciso continuar a questionar os modelos tradicionais de ensino, a função social da escola e encontrar modos plurais alternativos orientados para a formação de públicos culturais.
As artes são um espaço interessante de análise e observação das relações humanas porque privilegiam o diálogo e valorizam as diferenças, daí a importância da sua inclusão efetiva na prática pedagógica, nos diversos graus de ensino, sem que isso constitua um fardo para a escola e para o estado.
Não há reforma do estado sem investimento na educação artística e na cultura.
As pessoas em primeiro lugar.
http://parlamentoglobal.sic.sapo.pt/102181.html