30 abril, 2008


(Foto de José Santos)

No Parapeito da Ponte (L'Homme sur le Parapet du Pont) é um texto de humor negro, cruel e absurdo sobre o comportamento humano e a forma como é vigiado por homens e mulheres detentores de um poder enorme e manipulador, através duma imprensa distituída de valores éticos e deontológicos. A vida íntima de cada um torna-se assim um espectáculo para devoradores de imagens, notícias e de símbolos. Só o homem lúcido e atento à transformação do mundo pode ser a medida de todas as coisas. Será ele capaz de combater os seus montros?

Guy Foissy escreve um teatro que aborda a problemática da sociedade contemporânea e da realidade das coisas com grande sentido de humor. Dos pequenos detalhes da vida quotidiana e das personagens comuns que a habitam, revela-nos grandes histórias. Uma escrita dramática centrada no conflito e na palavra com uma “carpintaria teatral” extraordináriamente simples e eficaz, que não deixa o espectador indiferente a uma sociedade doente dos seus medos, das suas fraquezas, da sua brutalidade e do seu ódio.

Primeiro as imagens, a luz e as sombras. A palavra e o olhar são substâncias preciosas. Começa a sedução, intensa, mútua.

Todos somos cumplices.

DV