Faço minhas as palavras do Pedro. Vale a pena ler.
Educação Artística em Portugal
A propósito da andança que António Barreto fez pelo país para a realização
de um documentário para televisão, perguntava-se-lhe no P2
do PÚBLICO deste domingo, 25 de Fevereiro: “Veio mais português?
(AB) Não.
(P2) Responde assim, tão seco e tão duro?
(AB) O que é que seria preciso para me sentir mais português?
A propósito da andança que António Barreto fez pelo país para a realização
de um documentário para televisão, perguntava-se-lhe no P2
do PÚBLICO deste domingo, 25 de Fevereiro: “Veio mais português?
(AB) Não.
(P2) Responde assim, tão seco e tão duro?
(AB) O que é que seria preciso para me sentir mais português?
Maior identificação com os meus conterrâneos.
Que eles fossem mais cultos, menos complacentes, mais pontuais. Gostava
que tivessem educação artística (é o país com menos educação artística da
Europa).”
Portugal é, então e também, o país com menos educação artística da
Europa e, apesar da assertividade de António Barreto, pouca atenção
se dará ao significado desta observação. Até nos podem tentar
convencer do contrário, porque pode verificar-se: as artes têm lugar
nos programas escolares! Mas a bondade do que vem nesses programas
apenas faz parecer que sim. Pelo contrário, e conforme vê António
Barreto: não. O que acontece nas escolas – como
sempre – não se sabe e não se quer avaliar. Depois, parece observar-se
esta questão, na ignorância de que muito pouco (ou nada), garante a
Que eles fossem mais cultos, menos complacentes, mais pontuais. Gostava
que tivessem educação artística (é o país com menos educação artística da
Europa).”
Portugal é, então e também, o país com menos educação artística da
Europa e, apesar da assertividade de António Barreto, pouca atenção
se dará ao significado desta observação. Até nos podem tentar
convencer do contrário, porque pode verificar-se: as artes têm lugar
nos programas escolares! Mas a bondade do que vem nesses programas
apenas faz parecer que sim. Pelo contrário, e conforme vê António
Barreto: não. O que acontece nas escolas – como
sempre – não se sabe e não se quer avaliar. Depois, parece observar-se
esta questão, na ignorância de que muito pouco (ou nada), garante a
qualidade da formação dos docentes nesta área: as Escolas (Superiores)
de Arte e as Escolas Superiores de Educação não souberam (ou não
quiseram saber), umas, formar a docência e, outras, formar docentes
com o mínimo entendimento das manifestações artísticas.
Votadas as Artes à incompreensão, alimentada por discursos historicamente
mal orientados, ou ao serviço dos diversos interesses mediáticos
e comerciais, de pouco valerá em Portugal, referir, por exemplo, como
um maior (mas, sobretudo, melhor) convívio com as expressões e valores
artísticos durante os tempos de educação resultam – com vantagens
sobre outras fórmulas pedagógicas – numa mais profunda sustentação
civilizacional. Também, na ausência de experiências significativas, permanecerão
incompreensíveis e inúteis as tentativas de explicação de
que o tipo de sensibilidade ao mundo e seus fenómenos, bem como a
qualidade dos raciocínios que a Arte promove, comparticipam fortemente
na formação de capacidades criativas. Sem estas capacidades não
surge a tão (política e economicamente) almejada inovação.
Se não fosse o facto de, por um lado, ser ignorada a importância
humana e cívica desta matéria e, por outro lado, aceitarmos (dóceis
como sempre) o convencimento de que as Artes “já” fazem parte
do currículo escolar, esta teria sido uma questão central no debate sobre
um verdadeiro e transformador “enriquecimento curricular”. Não o
é, e dificilmente o será.
Pedro Partidário
Lisboa, in Público 01/03/07
de Arte e as Escolas Superiores de Educação não souberam (ou não
quiseram saber), umas, formar a docência e, outras, formar docentes
com o mínimo entendimento das manifestações artísticas.
Votadas as Artes à incompreensão, alimentada por discursos historicamente
mal orientados, ou ao serviço dos diversos interesses mediáticos
e comerciais, de pouco valerá em Portugal, referir, por exemplo, como
um maior (mas, sobretudo, melhor) convívio com as expressões e valores
artísticos durante os tempos de educação resultam – com vantagens
sobre outras fórmulas pedagógicas – numa mais profunda sustentação
civilizacional. Também, na ausência de experiências significativas, permanecerão
incompreensíveis e inúteis as tentativas de explicação de
que o tipo de sensibilidade ao mundo e seus fenómenos, bem como a
qualidade dos raciocínios que a Arte promove, comparticipam fortemente
na formação de capacidades criativas. Sem estas capacidades não
surge a tão (política e economicamente) almejada inovação.
Se não fosse o facto de, por um lado, ser ignorada a importância
humana e cívica desta matéria e, por outro lado, aceitarmos (dóceis
como sempre) o convencimento de que as Artes “já” fazem parte
do currículo escolar, esta teria sido uma questão central no debate sobre
um verdadeiro e transformador “enriquecimento curricular”. Não o
é, e dificilmente o será.
Pedro Partidário
Lisboa, in Público 01/03/07
2 Comments:
OLÁ !
b********************** infinitos
Hoje e ... SEMPRE !
:) eu (sorry) vim "conhecer" o irmão dA Isabel....uma charmosíssima mulher que anda por aí...:))))
_______________
e agradecer (ih ih ih) o beijo deixado por lá.
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